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quinta-feira, outubro 17, 2024
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Horticultura como fonte de renda

No Brasil, a produção agrofamiliar é responsável por dois terços da produção de verduras e legumes da horticultura. A busca de uma alimentação cada vez mais saudável e natural por parte dos consumidores aumenta dia após dia e, esses consumidores, tem encontrado na agricultura familiar a diversidade e a qualidade das hortaliças e legumes para a sua dieta.

Já para o agricultor, a multivariedade de culturas plantadas proporciona segurança e garante oportunidades durante todo o ano, oferecendo a possibilidade de conquistar novos consumidores, seja na venda direta ou negociando com mercados locais, feiras e escolas.

Fábiano Klein, de 29 anos, morador da comunidade de São Jorge, interior de Tunápolis, tem apostado alto na horticultura. Ele, juntamente com sua esposa Juliana, de 30 anos, possuem a empresa Verduras Klein. “Crescemos trabalhando na roça, com a produção leiteira. Mais tarde trabalhei alguns anos no setor da construção civil, uma vez que o setor do leite estava ruim em épocas passadas. Um dia, assistindo o programa Globo Rural, vimos uma reportagem sobre horticultura e nos encantamos. Como já gostávamos de mexer na horta, essa reportagem foi o ponta pé inicial para investirmos no setor”.

Como já tinha experiência em construção, as primeiras estufas do negócio foram construídas por e a esposa. Para as demais, o casal procurou mão de obra terceirizada.

Fabiano explica que hoje, 8 anos após o primeiro investimento no setor, a propriedade conta com 8 estufas já produzindo e 7 estufas em construção. Klein explica que sem estruturas de estufas adequadas, a produção fica restringida apenas para a época de inverno. “As estufas são uma necessidade. Sem esse investimento você está fora do mercado, porque lá na época do verão, quando você poderia vender muito, você não terá produção para entregar. Os investimentos em estrutura adequada são os pilares para produzir o ano todo e expandir mercado. Cada uma mede 30 metros de comprimento por 5 metros de largura. “No começo é difícil, porque o investimento nas estufas é alto, ficando na casa dos R$ 40 mil ou R$ 50 mil cada uma. No início você se obriga a consorciar a produção de verduras e legumes com outra fonte de renda. Hoje, felizmente, conquistamos nosso espaço e conseguimos viver somente da horticultura”.

Atualmente a empresa familiar atende desde clientes de casa em casa, como também fornece verduras e legumes para a merenda escolar, para o artesanato e, recentemente, fechou as primeiras parcerias com alguns mercados da região. “Você precisa dispor de variedade para otimizar custos. Na hora de sair fazer as vendas e entregas, você precisa ter um pouco de tudo para atender o cliente na totalidade, porque o custo de levar somente alface ou de levar alface, beterraba, repolho, cenoura e outros é o mesmo”.

Entre as variedades cultivadas pela família estão beterraba, repolho, alface, couve-flor, brócolis, tomate, pepino, moranguinho, entre outras mais.

Klein salienta de que o mercado está cada vez mais exigente. “A demanda cresce dia após dia, mas com ela também cresce a exigência por maior qualidade. Você precisa ser o melhor para evitar que o cliente busque fora, uma vez que em outros estados do Brasil, de clima mais favorável, se produz melhor e mais barato do que aqui. Tem região do Brasil que a produção é toda a céu aberto devido ao clima favorável o ano todo. Então, na nossa região, ou você investe em estrutura, técnica e conhecimento para conseguir entregar qualidade ou o cliente vai buscar fora”.

Além do Fabiano e da Juliana, também trabalham na propriedade de 14,5 hectares os pais de Fabiano, Júlio e Bernadete, e seu irmão Jandir, além do jovem Guilherme Krein, ajudante da família. Outro irmão de Fabiano, Gustavo, trabalha em uma chapeação na cidade de Iporã do Oeste. “Minha mãe e o Jandir ainda estão na atividade leiteira, mas objetivamos, em um futuro próximo, viver todos somente da horticultura. Temos água em abundância, temos terra, temos conhecimento, então agora é investir cada vez mais na ampliação de estufas”. Fabiano e Juliana tem uma filha, Ana Júlia, de 8 anos, que já segue os passos dos pais.

Fabiano afirma que um dos grandes desafios na atividade é a falta de mão de obra especializada e disponível fora do horário normal de expediente, uma vez que a rotina na propriedade inicia as 4h45 da madrugada.  Outra dificuldade é a falta de assistência técnica. Hoje a família conta apenas com a ajuda dos vendedores de semente.

Fabiano comenta que também existe uma grande dificuldade de encontrar na região os materiais necessários para as estufas. “As sementes, em sua grande maioria, são importadas do Japão e Estados Unidos. As mudas de moranguinho vêm do Chile, da Espanha ou da Argentina. Hoje você precisa de planejamento para fazer o pedido com 90 a 120 dias de antecedência para receber as sementes e mudas na época de semeio ou plantio”.

O produtor destaca que nos últimos anos começou a existir a ajuda pública, através da Secretaria de Agricultura de Tunápolis. “Se não fosse essa ajuda do poder público do município, com certeza não estaríamos no patamar em que estamos hoje”.

O horticultor lembra que nesses 8 anos as mudanças no setor foram muitas. Ele comenta que o pé de alface que valia R$ 0,30 hoje vale R$ 3,00 na venda para mercados. Já na venda direta para o consumidor, o pé de alface valia R$ 1,50 e, atualmente, vale R$ 4,00 em média, chegando a R$ 5,00 no período do verão.

Para saber mais sobre a Verduras Klein ou compra de frutas e verduras, converse com Fabiano pelo fone/watts 99166-8151.

Por Paulo Simch

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