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terça-feira, setembro 17, 2024
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GUASQUEIRO: O artesão que trabalha o couro

Tunápolis certifica turma

Na segunda-feira, dia 09, foi concluído o curso de guasqueiro, ofertado pelo SENAR, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Itapiranga e o CTG Última Porteira de Tunápolis.

Na oportunidade 8 alunos puderam aprender as técnicas necessárias para a produção de peças a partir do couro bovino, levando consigo mais conhecimento e habilidade. Dentre os alunos, alguns tiveram o primeiro aprendizado e outros já dominam quando o assunto é a produção de peças em couro, vindo a fazer o curso para aprimorar mais a prática na área.

Adriano Amaral, instrutor do curso, explica que esse se trata de uma formação 100% artesanal. “Aqui os alunos aprendem a preparar o couro, fazendo desde a remoção da gordura, até o estaqueamento, a remoção do pelo do animal e o amaciamento do couro para deixa-lo em condições de poder ser trabalhado. Em síntese o curso de guasqueiro se resume a isso”.

Adriano explica que depois do couro ser preparado para poder se trabalhado, os alunos aprendem a fazer as mais diversas peças, como rédeas, látegos, cordas, cabeceiras, relhos e outros, voltadas ao público que lida com cavalos. Amaral salienta que podem ser feitas diversas peças além, como capinhas de celular, cintos, carteiras, pulseiras para relógios, sendo um curso de inúmeras possibilidades. “Hoje se visa somente o consumo da carne do boi, sendo que o couro acaba sendo descartado devido as pessoas não saber prepara-lo e trabalhar com ele. Hoje, somente com o couro, se consegue tirar boa parte do valor do animal, tendo renda com as peças confeccionadas, sendo que atualmente o couro de um boi pode render até R$ 5 mil em peças diversas”.

Adriano Amaral, instrutor do curso

“Um dos segredos para uma peça de qualidade é você gostar do que está fazendo”

Daniel Marafon, 28 anos, da Linha Quadro Santo Antônio, Santa Helena, já trabalha com confecção de peças em couro há cerca de 16 anos. Ele cita que começou a confeccionar peças pelo fato de gostar de cavalos, aprendendo a manusear o couro com um amigo de Carazinho, RS, ainda na época da faculdade de veterinária. “Na época meu amigo Fabrício já era guasqueiro e aprendi muito com ele. Também me dediquei a buscar informações na internet sobre o assunto. Um dos segredos para uma peça de qualidade é você gostar do que está fazendo, além, claro, da prática e técnicas necessárias”.

Marafon confecciona tudo em couro, desde encilhas, até carteiras e cintos, e frisa que o curso oferecido em Tunápolis é de grande valia, pois, conforme ele, nunca alguém sabe tanto ao ponto de não ter nada de novo a ser apreendido. “A gente sempre está em busca de novos conhecimentos na área, porque a demanda na região é boa e hoje também tenho um comércio muito bom fora, através das redes sociais”.

Daniel Marafon

Para saber mais sobre o trabalho do jovem, ou então adquirir peças em couro, produzidas de forma 100% artesanal, acesse a página DM Guasqueiro no Instagram ou entre em contato através 99102-5134.

“Somos conhecidos como a maior escola ao ar livre”

Conforme Grasiane Bittencourt Viera, supervisora do Senar no Extremo Oeste Catarinense, todas as solicitações de cursos devem ser feitas no Sindicato dos Produtores Rurais de Itapiranga. Viera frisa que os cursos são voltados aos produtores rurais e suas famílias. Ela lembra que o SENAR trabalha com treinamentos de Formação Profissional Rural (FPR), de Promoção Social (OS) e Assistência Técnica e Gerencial (TAG). “Vale frisar de que na TAG nós vamos até a propriedade e lá fazemos uma consultoria ao produtor rural”. 

A supervisora explica que também existem os cursos EAD e o curso técnico em agronegócio, oferecido em São Miguel do Oeste, o qual atende toda a região, sendo 80% a distância e 20% presencial. “Temos também a faculdade CNA da Confederação Nacional da Agricultura, sendo que todas essas ações são voltadas e pensadas para o público rural”.

Grasiane explica que havendo o interesse por parte do produtor rural em um dos cursos oferecidos pelo SENAR, ele mesmo pode organizar o curso escolhido. “Digamos que o produtor queira fazer um curso sobre tratores, então ele mesmo organiza lá na comunidade dele. É somente necessário ele solicitar junto ao Sindicato dos Produtores Rurais e o curso será agendado lá aonde o produtor estiver, afinal, somos conhecidos como a maior escola ao ar livre”.

O Senar oferece, atualmente, cerca de 150 cursos diferentes para o produtor rural. “Então opção não falta para o produtor buscar algo a mais. Vemos que o meio rural não é mais para amadores. O produtor precisa se capacitar, buscar conhecimentos, novas tecnologias, e o SENAR está aí para isso, com a proposta de melhorar a rentabilidade e a produtividade das propriedades, dando condições para que o produtor se mantenha cada vez melhor na sua atividade rural e, com isso, aumente também a sua qualidade de vida”.

Por Paulo Simch

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