Facilitar as tarefas diárias é o objetivo de todos, indiferente da área de atuação. Na atividade agrícola não é diferente. Dia após dia novidades surgem para trazer facilidade, eficiência e ganho de tempo ao produtor rural. Mas a inovação não é somente criar algo do zero, também é para dar um novo propósito a um produto, reinventá-lo. Ter uma ideia inovadora e colocá-la em prática é sempre um desafio, afinal, sempre existe o “mas e sê não dar certo; mas e se os animais não de adaptarem; mas e sê? O “mas” sempre deixa aquela dúvida: será que vai dar certo? Na propriedade da família de Everaldo e Janete Rodrigues da Silva, da comunidade de Canaleta, interior de Tunápolis, o “mas” não se aplica no dia a dia. Lá as coisas funcionam da seguinte maneira: ter uma ideia, colocá-la em prática e trabalhar para dar certo.
Recentemente, Everaldo, que também trabalha com granja de suínos no negócio familiar, teve uma ideia inovadora: instalar o sistema de trato dos porcos para distribuir a ração para as vacas no compost barn. Com a ideia formada e firme no objetivo, Everaldo conversou com Felipe Gasparotto, proprietário da LL Equipamentos, de Tunápolis, que trabalha com toda a linha de equipamentos para suinocultura e avicultura na região. Felipe prontamente embarcou no desafio e, desta forma, ocorreu a instalação do sistema de trato no compost barn da família. “Quando o Everaldo me ligou e me apresentou a ideia, eu logo pensei que com certeza daria certo, pois o sistema foi desenvolvido com o objetivo de controlar a quantidade de trato de ração na suinocultura, e hoje estamos adaptando ele para a atividade leiteira, uma vez que o sistema permite o controle volumétrico da quantidade de ração por animal, reduz o desperdício de ração e o stress do animal, aumenta a qualidade da ração, uma vez que essa ração somente entra em contato com o ar no momento do trato, tendo sistema de manejo manual ou automático. A instalação é simples, claro que depende muito de adaptação dependo do tipo de estrutura do compost barn que o produtor possui”.
O pecuarista explica que o sistema está instalado a quase um mês e que agora está observando os resultados. “Até o momento o maior ganho foi quanto a mão de obra, que reduziu em 1 hora por dia no trato. Outro ponto positivo que detectamos foi o aumento real na produção de leite, que passou de 38 litros de média dia/vaca para 39 litros média dia/vaca, com tendência de aumentar mais. Óbvio de que o objetivo maior era realmente reduzir a mão de obra”.
Everaldo salienta de que se é possível fazer a quantidade de tratos diários que o produtor quiser, objetivando o fracionamento da ração, mas explica de que no momento está trabalhando com três tratos diários. “Dividimos as vacas em dois lotes. O lote um está recebendo 4 kg e o lote dois está recebendo 3 kg de ração. As vacas que tem média superior a 50 litros de leite/dia, recebem uma complementação de ração de forma manual uma vez ao dia”.
O produtor afirma de que decidiu fazer a instalação devido à dificuldade de mão de obra na propriedade. “Antes de instalar, fizemos um estudo detalhado de como instalar e se realmente iria funcionar para o trato do rebanho leiteiro, e está funcionando muito bem. Muitos podem questionar que o correto seria misturar no vagão de trato, mas o custo de um vagão bom hoje passa dos R$ 200.000,00 e nesse sistema pagamos somente em torno de 20% desse valor. Nosso objetivo, que era reduzir a mão de obra, foi alcançado”.
A propriedade trabalha com 90 vacas em lactação, com produção média de 3500 litros de leite/dia, tratando 1000 kg de ração/dia para as vacas, as quais estão no sistema de confinamento.
Por Paulo Simch
