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quarta-feira, julho 24, 2024
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MEU FUSCA, MINHA PAIXÃO

No dia, 22 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Fusca.  A data foi criada em 1995 pelo brasileiro Alexander Gromow para comemorar o modelo que foi eleito o Carro do Século

Alguns depoimentos de proprietários de Fusca

FUSCA ITAMAR: A VERSÃO QUE MARCOU A HISTÓRIA

O valor dos fuscas pode ser inestimável, como explica o Prefeito de Itapiranga, Alexandre Ribas, sobre seu fusca Itamar: “Esse é o quarto Fusca que tenho. O meu primeiro foi um 1200, ano 1966. Depois adquiri um 1500, ano 1978 e um outro de fabricação 1979. Sempre gostei de Fuscas, na verdade, sou apaixonado por esses veículos desde novo. Sempre gostei de carros antigos. Esse Fusca atual é um Itamar, 1994. Ele foi todo reformado, do piso ao teto. O carro que antes era prata, agora foi pintado de preto. Foram também substituídas as rodas, os pneus, na verdade foi trocado praticamente tudo. Ele também não está estilizado como Itamar, mas como um Fusca um pouco mais antigo, na verdade, ele está como os primeiros Fuscas ‘fafas’ que saiam”.

Do porquê Fusca “fafa”, cada um fica responsável em descobrir!

O MAESTRO DO FUSCA

Quem acompanha o canto de coral em Tunápolis e Santa Helena já sabe: o maestro vem de Fusca marrom. E é com o maior orgulho e satisfação que Pedro Heck dirige seu fusca, ano 1974, há 33 anos. “Comprei ele em 06 de julho de 1990. Antes disso meu meio de transporte era uma bicicleta ou então a pé. E meu sonho sempre foi ter um Fusca 1500, todo original”.

Heck explica que trabalha há 28 anos no município de Santa Helena e Tunápolis como dirigente dos corais e garante que “até hoje nunca deixei meu Fusquinha na estrada ou ele me deixou, afinal, com o Fusca você sempre vai para casa, nem que seja sem embreagem ou sem freio, mas você vai para casa”, comenta Heck.

Pedro tem tanta afinidade com o carro da Volkswagen que comprou mais um em 2014. “Desde sempre tive muita admiração por esses veículos. É até gratificante quando a gente vai para a cidade e há crianças caminhando, obviamente a gente para na faixa de pedestres, e elas ficam admiradas em ver um Fusca. Algumas chegam até a chamar a atenção dos pais ‘olha o fusca, pai’”.

Heck garante que não vende os fuscas de jeito nenhum e se alguém pedir para comprar, não estão à venda. “Não adianta insistir. São minhas paixões. Ficarão na família. É um carro que atravessou décadas, uma guerra e fez florescer uma cultura em torno da própria existência. O Fusca merece respeito e admiração. Sabe aquela história de que se você tiver um rolinho de arame, um pedaço de borracha e um alicate dentro do Fusca, você nunca vai ficar na estrada? É verdade”, finaliza em risadas

Fusca amarelo de 3 gerações

Quem conta um pouco da história do Fusca amarelo, que desde 1984 circula em Santa Fé Baixa, interior de Itapiranga é Odir Mayer:

“O Fusca Amarelo 1300-L, Ano 1978, com rodas de ferro, foi adquirido em 15/01/1984 pelo nosso avô materno, Antônio Alfredo Heberle, do Sr. Alziro Hary Steinhorst. Na época a “moeda corrente” era em quilos de porco. Se fosse converter hoje nessa “moeda”, resultaria num preço absurdo. Compramos usado em excelentes condições. Em 1984, o carro mais barato era o Volkswagen Fusca, que custava Cr$ 12.016.576,00. Para levar o modelo novo para casa eram necessários 72 salários-mínimos da época.

Esse Fusca se tornou o xodó da família, que o têm até hoje. Ainda circula nas estradas da Linha Santa Fé Baixa, e eventualmente na cidade. Todos os filhos de Lino e Otília Mayer aprenderam a dirigir nele, bem como outras pessoas que eram próximas a família. Está pertencendo a 3ª geração se tornando herança de duas. Do nosso avô passou para nossa mãe Otília Mayer, e com o falecimento do pai (Lino Antônio Mayer), passou para nossa irmã Cristina Mayer Kunz. Sabe-se lá quem vai herdá-lo futuramente.

Tem algumas histórias bem interessantes. Assim que ele foi comprado, salvo engano, no 1º final de semana em que todos fomos ao culto na igreja católica na linha Santa Fé Alta, chegamos atrasados. O meu avô ficou indignado. Nunca havia se atrasado indo a pé. Levou um tempo pra ele admitir que um Fusca seria melhor.

Outra coisa interessante e “moderna” que ele possuía, era um “segredo” para ligá-lo. Eram 3 botões giratórios, numerados de 1 a 9 cada um. Somente no número certo é que dava partida. Como se fosse um cadeado que abrisse com determinado número. Até parece que em 1984 Itapiranga era extremamente insegura para deixar o carro estacionado por aí. Não eram raras as vezes em que se deixava o Fusca aberto e com a chave na ignição no centro da cidade. Nem acionava o “segredo”, e nada acontecia.

E assim as histórias continuam. Em uma certa vez emprestamos o Fusca para uma pessoa estimada da família, que por sua vez, foi com a família dele de férias para Palmitos-SC. Naquela ocasião, ele descobriu que, para viagens para fora de Itapiranga, era necessário ter uma garrafa de água junto. O motor esquentava com longas distâncias (Palmitos na época era mais longe que hoje) e precisava resfriar a bomba de combustível de vez em quando. Nem os engenheiros da Volkswagen previram isso.

Também teve uma ocasião em que o Fusca estava estacionado na frente da garagem. Do nada, ele começou a andar, e após alguns metros as duas portas se abriram e duas crianças se jogaram para fora dele. O Fusca parou do outro lado da estrada, e o Sr. William e o Sr. Douglas (ambos netos de Lino e Otília) alegaram que não foram eles e que não se lembravam do que aconteceu.

E termos de viagens mais longas, foi uma viagem para Florianópolis e outra para Estrela – RS.

E assim teria inúmeras histórias dele. Mais um pouco e ele se tornará o Brasão da família”.

Jornal Expressão

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