Como alternativa de suplementação volumosa, produtores rurais estão apostando no cultivo de capim-elefante BRS Capiaçu. De acordo com a Embrapa, o cultivar possui elevado potencial de produção e bom valor nutritivo, podendo ser utilizado tanto na forma de silagem ou picado verde.
A silagem da BRS Capiaçu constitui uma alternativa de fonte de suplementação volumosa barata e de boa qualidade para uso em sistemas de produção de leite e carne bovina e, também, para pequenos ruminantes.
A BRS Capiaçu tem porte alto, com touceiras de formato ereto, folhas largas, compridas, de cor verde e nervura central branca. Apresenta elevada densidade, florescimento tardio e boa resistência ao tombamento.
“É uma experiência de trato que vale ser executada e avaliada”
Milton Weis e família, de Raigão Baixo, interior de Tunápolis, cultivam 1 hectare de Capiaçu. A família ainda não realizou nenhum corte do cultivar, mas pretende realizar a confecção de silagem em março.
As mudas utilizadas no plantio não tiveram custos, foram todas ganhas.
Milton afirma que, após a abertura do silo será feira análise bromatológica. “Assim conseguiremos saber de que forma proceder com a suplementação, mas já sabemos que precisamos complementar o trato do gado leiteiro com quirela de milho”, destaca Milton.
A sucessora da propriedade e agrônoma, Lucia Weis, enaltece que também é necessário ajustar o ponto de corte e verificar o teor de proteína. “Como o objetivo é reduzir custos de produção, iremos fazer uma experiência de corte de silagem. Como o Capiaçu rende em volume e tem baixo custo, é uma experiência de trato que vale ser executada e avaliada. Além disso, ele rende 3 cortes anuais, se o clima colaborar e ocorrer a adubação adequada”.
A área passará pelo primeiro corte ainda nos próximos dias.
“Mais pasto e menos custo”
Na propriedade de Lairton e Daniele Braun Wilbert, o plantio da BRS Capiaçu foi realizado em julho de 2022, mas o frio tardou o crescimento. O primeiro corte para confecção de silagem ocorreu na última semana.
A família está satisfeita com o volume colhido. “Em 0.8 hectare foram colhidos mais de 210 cúbicos”, afirma Lairton. Ele pretende realizar o corte a cada 4 meses.
Durante a confecção da silagem, Wilbert fez a aplicação de açúcar no monte de silagem. “Para auxiliar na fermentação, uma vez que, ao contrário do milho, a Capiaçu não possui amido. O açúcar substitui o inoculante”, explica.
A ideia de integrar o Capiaçu surgiu através de vídeos na Internet e em visita de campo em propriedade utilizadora do cultivar. “Ele é forte e resistente ao vento e tem baixo custo de produção, isso sem falar no rendimento em volume, se comparado ao milho, por exemplo. Mais pasto e menos custo”, destaca Lairton.
Wilbert utilizará BRS Capiaçu para confecção de silagem e BRS Curumi para pastoreio dos animais, ambas cultivares desenvolvidas pela Embrapa.